A Matel vem revolucionando e
agradando muito com a criação das novas bonecas da linha Barbie com 8
diferentes tonalidades, representando diversas etnias. A nova geração de
bonecas tem traços diferentes nos rostos e tipos de cabelo também. Isto
representa um grande avanço na representatividade étnicas e na reafirmação da
beleza plural, fugindo desta ditadura euro-centrista que nos perseguem a
décadas e não é mais atual até mesmo na Europa.
Mas obviamente apostar na aparência
das bonecas, não é mais suficiente, a pluralidade é mais do que isto, logo
Matel iniciou uma campanha chamada “Imagine as possibilidades” onde mostra
garotinhas sendo veterinária, professora universitária, executiva e até treinadoras de time de futebol. Que é, por sinal, um comercial muito fofo.
A campanha me fez lembrar muito de
como eu brincava quando criança e sim, eu brincava de Barbie, na verdade era
minha boneca preferida, não por que era loira e tinha um monte de sapatos (ela tinha um monte de sapatos), mas
porque, diferente dos "bebês" que eu considerava chatos porque só me deixava brincar de
mamãe, ela, a Barbie, dava-me a oportunidade de inventar milhões de histórias e também de reproduzir
as que eu lia nos livros. Bom acho que esta foi a diferença aliás, os Livros.
Eu acho que aí chegamos a um ponto
crucial.
O que sempre me fez sonhar durante a
brincadeira não foi a boneca em si, a minha formação como pessoa foi muito mais
incentivada por outros impulsos que recebi durante a minha criação. Minha mãe,
apesar de ser dona de casa e não ter muito estudo, sempre ensinou-me que eu
poderia ser o que quisesse. Ensinou-me a ler quando eu tinha apenas 5 anos. Ia
comigo à biblioteca uma vez por semana para retirar livros e claro, fez um esforço
danado para comprar uma Barbie, porque na época era uma boneca bem cara para
nossas condições financeiras.
Ou seja, ensinar a sonhar e a enxergar
as possibilidades é algo importante, a Matel está certíssima e de parabéns em seu novo
posicionamento para vender mais bonecas. Mas nós realmente precisamos
delegar a educação de nossas meninas a um comercial?
Sejamos nós a mudança de nossas
crianças. :-)
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