Abstrata Sexy Lady pintura a óleo. |
A semana mal começou e eu já me
deparei aleatoriamente com três reportagens que reportam ou discutem o tema
estupro.
A diretora e cineasta sul-africana Leslee
Udwin, que também foi estuprada aos 18 e na época calou-se por vergonha e
culpa, motivada pela trágica história de Jyoti Singh (23 anos), que, de ao voltar do cinema com um amigo por
volta das 20h30 em Nova Déli, foi violentamente estuprada por seis homens em um
ônibus e faleceu.
Leslee
Udwin iniciou seu projeto, um documentário onde entrevistaria os agressores
sexuais. O resultado de sua documentação gerou uma tese estarrecedora. Os
agressores não eram monstros ou psicopatas, eles eram apenas homens. “Homens
normais”. Em grande maioria, eles nem sentem remorso pelo que fizeram. Segundo
Leslee, esta é a programação que o homem recebe durante toda sua vida.
Se a figura da mulher é
desvalorizada como ser humano, se é aprendido que elas não tem nenhum valor ou
um valor menor comparado ao homem, o que se espera? (veja
matéria completa aqui)
A segunda
reportagem retrata uma epidemia de estupros nos abrigos onde os refugiados, em
grande maioria homens mulçumanos, são obrigados a viverem em dormitórios
mistos. Não apenas os casos de estupros, que incluem até uma garota de 13 anos,
estão vindo á tona, apesar do esforço da polícia de silenciar a mídia, mas
também o de prostituição das mulheres refugiadas dentro dos próprios abrigos.
(Veja matéria completa aqui)
A relação
que podemos traçar entre os dois fatos pode ser ligada pela tese de Leslee,
ambas as culturas envolvidas veem as mulheres como inferiores, mas será que só
dentro destas culturas as mulheres são vistas como inferiores. Claro que não. E
isto se retrata pela terceira notícia lida. Ocorrido em uma cidade perto de
Macapá, no Brasil, uma mulher de 30 anos foi agredida por três homens que
moravam perto de sua casa e a conheciam, eles aproveitaram uma queda de energia
para invadirem sua casa munidos de um fação, como a vítima tentou reagir teve
seu cabelo cortado e sua mão mutilada, pelos agressores. (veja notícia aqui)
O fato de
ela ser mulher e morar sozinha foi o suficiente para que os agressores se
sentissem motivados a entrar em sua casa e a praticar está atrocidade, assim
como o fato de estar em um ônibus as
20h30 da noite ou de, como refugiada, não ter lugar onde dormir separada dos
homens.
Pode-se
dizer que a culpa é da política de acolhimento de refugiados que não leva em
consideração a diferença religiosa e cultural dos asilados; ou da segurança
publica que não faz seu papel protegendo seus cidadãos .
Mas eu
digo o problema é mundial, uma questão de cultura, “Cultura do Estupro”. Tudo é
motivo, tudo é usado como desculpa para se agredir sexualmente uma mulher.
Estava sozinha, estava com roupa provocante, não se deu o valor, estava de
burca porque é a representação do pecado, as mulheres são inferiores, estão no
mundo para servir o homem, para parir o homem, para alimentar o homem...
Mulheres
ganham menos, mulheres não são escolhidas para a vaga de emprego porque estão
em idade de ter filhos, mulheres são o número menor dentro dos cargos nas
universidades, dentro do congresso. Um Político é ladrão tudo bem uma política
fez algo que desagrada e recebe um colante com as pernas abertas. Meninos são
criados para “passar o rodo” enquanto as meninas aprendem que só serão
respeitadas se “segurarem a periquita”.
Em um
mundo onde a educação, seja ela religiosa ou apenas institucional, coloca as
mulheres como seres inferiores, as mulheres vão continuar a serem tratadas como
objetos e objetos não sentem, não precisam de piedade, podem ser estupradas.
Berlim, 22 de setembro de 2015.
Berlim, 22 de setembro de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário