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6 am.
O sol entra pelas frestas da janela machucando os olhos cansados da noite mal dormida por pensar incessantemente em nada. Nada que fizesse importância a essa hora, apenas um monte de “ses” que nunca deixarão der serem “ses” .
Levanta meio cambaleando, boca seca, corpo meio dormente. Olha-se no espelho sem realmente se encarar, joga água no rosto, aproxima-se da privada, faz xixi. Prazer diário pelo qual ainda vale a pena levantar.
Volta ao quarto pequeno e abafado, quente pela noite de verão e úmido pelo suor de seu corpo. Veste seu uniforme: “Posso ajudar?”. Frase orgulhosa estampada no bolso esquerdo da camisa, logo sobre seu coração.
7 am.
Sai pra trabalhar...
7 pm.
Entra pela porta com passos arrastados, liga o televisor em um canal qualquer, dirige-se ao banheiro. A ducha morna relaxa os músculos doloridos pelo dia em pé, o ônibus em pé, o percurso a pé.
Come um sanduíche absorvido pela TV, lá continua, absorvido, até o término da programação do “horário nobre”.
10 pm.
Levanta-se, vai para o quarto. Deita-se em sua cama já seca, fecha os olhos e mergulha novamente na confusão dos “ses”.
6 am.
O sol entra pelas frestas da janela...
São Paulo, 06/03/2009
Me fez lembrar de "Cotidiano" : todo dia ela faz tudo sempre igual....
ResponderExcluirBelo texto... fez pensar...
Beijo,
Solange
http://eucaliptosnajanela.blogspot.com