Existe um embate dentro de cada um de nós, um embate entre duas forças muito fortes: o Indivíduo e o Social. O que diferencia cada indivíduo do outro, é a força com que cada uma dessas polaridades atua dentro dele.
A força Social encontra um predomínio de influências, e devido sua atuação o "Um" procura por "Outros" ou "grupos de Outros" para que, através das similaridades, sintam-se aparados, fortes e assim não estarão mais sós. Mas a força Indivíduo nunca para de agir, ela continua martelando, reconhecendo diferenças dentro deste semelhante social e quanto mais pungente for essa força Indivíduo mais este "Um" irá se distanciar do grupo e, ironicamente, terá mais em comum com grupos diversos, pertencendo dessa forma a todos e a nenhum.
Mas quanto mais este "Um individual" toma conhecimento da impossibilidade de se inserir em um grupo, mais aumenta a angústia por esta busca, que, mesmo inconsciente, não para, pois a força Social continua pulsando latente lá dentro, a procura de seus "Outros".
Este "Um" não pode e/ou não quer fazer parte de nada. Não pode, jamais ficará satisfeito, mas, ao mesmo tempo, não fazer parte significa negar uma parte de si que lhe é cara.
Ou seja, não pode evitar fazer parte por uma necessidade, uma Vaidade eminente que o faz escravizar e o escraviza ao mesmo tempo.
Não quer assumir por medo, medo de deixar, de selecionar e de excluir. Covarde diante da possibilidade do erro.
Um Avesso uma aporia.
São Paulo, 06 de outubro de 2009.